Chega
um momento da vida que percebemos que os compromissos anotados na agenda
tornaram-se obrigações e, que se formos questionados sobre o verdadeiro motivo
de comparecer a todos eles a resposta será algo como: “não posso faltar”, ou
algum similar a esta desculpa. Os momentos com os amigos resumem-se em
encontros rápidos em meio ao malabarismo das obrigações.
Por
um longo tempo acabei me tornando protagonista desta situação enquanto tentava
equilibrar o trabalho, faculdade, estágio, provas... eis que recebi de uma
grande amiga (de anos de histórias), um convite inusitado de entrar na aula de
violão com ela.
A única experiência com música que tive em minha vida foi participar de um grupo de coral, no qual me divertia mais com os exercícios de aquecimento com a fonoaudióloga do que tentando encaixar minha voz desafinada no conjunto de tenores, sopranos, e baixos. O resultado foi desastroso e foi o fim da carreira musical.
A única experiência com música que tive em minha vida foi participar de um grupo de coral, no qual me divertia mais com os exercícios de aquecimento com a fonoaudióloga do que tentando encaixar minha voz desafinada no conjunto de tenores, sopranos, e baixos. O resultado foi desastroso e foi o fim da carreira musical.
Desta
vez, o convite era como um presente dentro de uma grande caixa. A aula de
violão era essa caixa, e o presente era ter um tempo com essa amiga. As aulas
aconteciam duas vezes por semana e o único horário disponível era de manhã
antes mesmo de qualquer outro compromisso, mesmo que este fosse o café da
manhã.
Aprender
os acordes, os ritmos, as sequencias era a possibilidade de estar junto com alguém
que faz toda a diferença na minha vida. É realmente triste admitir, mas era
como se tivesse duas mãos esquerdas (para um destro), mas sentia uma sensação
incrível nas raras vezes que conseguia acertar alguma sequência; e nas
incontáveis vezes que o som ecoava distorcido, e nada suave de se ouvir era
logo substituído pela gargalhada única e exótica dessa amiga (misturada com
suspiros profundos e esganiçados, que só ela consegue rir daquele modo), que transformava
aquelas manhãs em momentos singulares do meu dia.
Se
hoje fosse questionado sobre o verdadeiro motivo de comparecer as aulas de
violão (e não levar jeito para música) a resposta seria algo como: “simples, essas
aulas me fazem mais feliz”, e não é que é verdade aquela história das coisas
simples da vida.
Sabe, há alguns anos eu passava dias e dias sem sentir um pingo de alegria, passei a perceber que na verdade o problema estava em mim. O mundo está aí... a vida está passando, os momentos felizes passam por nós a todo instante... enxergá-los é uma dádiva! Hoje posso dizer que sou feliz... pelo simples fato de olhar pela janela e ver a chuva, e estar com uma xícara de chá na mão!
ResponderExcluirFique tranquilo... talvez os seus "momentos felizes" só mudem de forma. Você vai continuar achando uma forma de encontrá-los!